Goiabeiras, Vitória-ES,

O Pré-sal, riqueza no Brasil


O pré-sal promove ascensão economica do Brasil, elevando a cada dia mais, sua creadibilidade junto aos países desenvolvidos.

Definindo o que é Pré-sal:
O “pré-sal” é uma área de reservas petrolíferas encontrada sob uma profunda camada de rocha salina, que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho.
O termo pré-sal é uma definição geológica que delimita um perfil geológico anterior a deposição de sal mais recente no fundo marinho. Já o termo sub-sal, que também é uma definição geológica, significa o que está abaixo do sal, não necessariamente sendo uma camada de rocha.

Primeiras descobertas:
Nas rochas da camada pré-sal existentes no mundo, a primeira descoberta de reserva petrolífera ocorreu no litoral brasileiro, que passou a ser conhecida simplesmente como "petróleo do pré-sal"
ou "pré-sal". Estas também são as maiores reservas conhecidas em zonas da faixa pré-sal até o momento identificadas.

Corrida do ouro:
Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenasde bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploraçãoem busca de petróleo abaixo das rochas de sal nas camadas profundas do subsolo marinho. Atualmente as principais áreas de exploração petrolífera com reservas potenciais ou prováveis já identificadas na faixa pré-sal estão no litoral do Atlântico Sul. Na porção sul-americana está a grande reserva do pré-sal no litoral do Brasil,
enquanto, no lado africano, existem áreas pré-sal em processo de exploração (em busca de petróleo) e mapeamento de reservas possíveis no Congo (Brazzaville) e no Gabão. Além do Atlântico Sul, especificamente nas áreas atlânticas da América do Sul e da África, também existem camadas de rochas pré-sal sendo mapeadas à procura de petróleo no Golfo do México
e no Mar Cáspio, na zona marítima pertencente ao Cazaquistão. Nestes casos, foram a ousadia e o trabalho envolvendo geraçãode novas tecnologias de exploração, desenvolvidas pela Petrobras, que acabaram sendo copiadas ou adaptadas e vêm sendo utilizadas por multinacionais para procurar petróleo em camadas do tipo pré-sal em formações geológicas parecidas em outros locais do mundo. Algumas das multinacionais petrolíferas que estão procurando petróleo em camadas do tipo pré-sal no mundo aprenderam diretamente com a Petrobras, nos campos
que exploram como sócias da Petrobras no Brasil.


O pré-sal brasileiro:
As reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro estão dentro da área marítima considerada zona econômica exclusiva do Brasil. São reservas com petróleo considerado de média a alta qualidade, segundo a escala API. O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal se estende entre o litoral dos estados do Espírito Santo até Santa Catarina, com profundidades que variam de 1000 a 2000 metros de lâmina d'água e entre quatro e seis mil metros de profundidade no subsolo, chegando portanto a até 8000m da superfície do mar, incluindo uma camada que varia de 200 a 2000m de sal.
Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi, Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que eram de 14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris.

Tecnologias:
A descoberta do petróleo nas camadas de rochas localizadas abaixo das camadas de sal só foi possível devido ao desenvolvimento de novas tecnologias como a sísmica 3D e sísmica 4D, de exploração oceanográfica, mas também de técnicas avançadas de perfuração do leito marinho, sob até 2 km de lâmina d'água.
O pré-sal está localizado além da área considerada como mar territorial brasileiro, no Atlântico Sul, mas dentro da região considerada Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. É possível que novas reservas do pré-sal sejam encontradas ainda mais distantes do litoral brasileiro, fora da ZEE, mas ainda na área da plataforma continental, o que permitiria ao Brasil reivindicar exclusividade sobre futuras novas áreas próximas. Vale lembrar que alguns países nunca assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e alguns dos que o fizeram não ratificaram o tratado.

A Origem:
O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório localizada abaixo de uma camada de sal nas profundezas do leito marinho.
Entre 300 e 200 milhões de anos havia um único continente, a Pangeia, que há cerca de 200 milhões de anos se subdividiu em Laurásia e Gondwana. Há aproximadamente 140 milhões de anos teve inicio o processo de separação entre as duas placas tectônicas sobre as quais estão os continentes que formavam o Gondwana, os atuais continentes da África e América do Sul. No local em que ocorreu o afastamento da África e América do Sul, formou-se o que é hoje o Atlântico Sul.

Nos primórdios, formaram-se vários mares rasos e áreas semi-pantanosas, algumas de água salgada e salobra do tipo mangue, onde proliferaram algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Estes microorganismos se depositavam continuamente no leito marinho na forma de sedimentos, misturando-se a outros sedimentos, areia e sal, formando camadas de rochas impregnadas de matéria orgânica, que dariam origem às rochas geradoras. A partir delas, o petróleo migrou para cima e ficou aprisionado nas rochas reservatórios, de onde
é hoje extraído. Ao longo de milhões de anos e sucessivas Eras glaciais, ocorreram grandes oscilações no nível dos oceanos, inclusive com a deposição de grandes quantidades de sal, que formaram as camadas de sedimento salino, geralmente acumulado pela evaporação da água nestes mares rasos. Estas camadas de sal voltaram a ser soterradas pelo oceano e por novas camadas de sedimentos quando o gelo das calotas polares voltou a derreter nos períodos inter-glaciais.
Estes microrganismos sedimentados no fundo do oceano, soterrados sob pressão e com oxigenação reduzida, degradaram-se muito lentamente e, com o passar do tempo, transformaram-se em petróleo, como o que é encontrado atualmente no litoral do Brasil.
O conjunto de descobertas situado entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Bem-te-vi, Carioca, Guará, Parati, Tupi, Iara, Caramba e Azulão ou Ogun) ficou conhecido como "Cluster Pré-Sal", pois o termo genérico "Pré-Sal" passou a ser utilizado para qualquer descoberta em reservatórios sob as camadas de sal em bacias sedimentares brasileiras.

Ocorrências similares sob o sal podem ser encontradas nas Bacias do Ceará (Aptiano Superior), Sergipe-Alagoas, Camamu, Jequitinhonha, Cumuruxatiba e Espírito Santo, no litoral das ilhas Malvinas, mas também já foram identificadas no litoral atlântico da África, no
Japão, no Mar Cáspio e nos Estados Unidos, na região do Golfo do México. A grande diferença deste último é que o sal é alóctone (vindo de outras regiões), enquanto o brasileiro e o africano são autóctones (formado nessas regiões) (Mohriak et al., 2004).

As reservas do pré-sal encontradas no litoral do Brasil são as mais profundas em que já foi encontrado petróleo em todo o mundo. Representam também o maior campo petrolífero
já encontrado em uma profunda região abaixo das camadas de rochas salinas ou evaporíticas.
Camadas semelhantes de rocha “pré-sal” são encontradas em alguns outros locais do mundo (litoral Atlântico da África, Golfo do México, Mar do Norte e Mar Cáspio). Em algums dessas
regiões foram encontrados “indícios” de petróleo em camadas rochosas pré-sal. Entretanto, ainda não se sabe ao certo se estas outras áreas subsal possuem grandes reservas petrolíferas como “o pré-sal” no litoral brasileiro.



Significado etmológico:
O termo “pré” de pré-sal refere-se à temporalidade geológica e não à profundidade. Considerando-se a perfuração do poço, a partir da superfície, o petróleo do pré-sal é considerado subsal, pois está abaixo da camada de sal. Entretanto, a classificação destas rochas segue a nomenclatura da Geologia, que se refere à escala temporal em que os diferentes estratos rochosos foram formados. A rocha-reservatório do pré-sal foi formadas antes de uma outra camada de rocha salina, que cobriu aquela área milhões de anos depois, ou seja, mais recentemente na escala de tempo geológica. Portanto, o “pré” do pré-sal refere-se à escala de tempo, ou seja, está em uma camada estratigráfica que é mais antiga do que a camada de rochas salinas.
As reservas de petróleo subsal, ou o petróleo da camada pré-sal encontram-se em diferentes profundidades, variando 2000 a 3000m de lâmina d’agua antes de chegar ao leito marinho.
No subsolo do mar, a primeira camada de rochas sedimentares, a camada mais superficial, é chamada de pós-sal, pois está acima das rochas salinas.
No pós-sal estão importantes reservas petrolíferas como a Bacia de Campos, que representava a quase totalidade das reservas brasileiras até 2005. Abaixo desta primeira camada de rochas (pós-sal), encontra-se a camada de rochas evaporíticas, rochas salinas ou simplesmente camada de sal. Esta camada varia de algumas centenas de metros até 2km de rochas salinas. Sob a camada de rochas salinas estão as rochas “pré-sal”, em que foram identificadas as primeiras reservas gigantescas do pré-sal, os campos de Tupi, Iara e Parque das Baleias.
O “pré-sal” é considerado uma grande bacia petrolífera, sem que se saiba exatamente se é um conjunto de enormes campos petrolíferos independentes, mas próximos, ou um único campo petrolífero gigantesco. Avalia-se que tenha entre 70 e 100 bilhões de barris equivalentes
de petróleo e gás natural mineral. Os geólogos mais otimistas falam em até 200 bilhões ou 300 de barris caso seja formado por um único campo ou se a sua extensão for ainda maior do que a área já mapeada.
Acredita-se que o pré-sal pode se extender até depois das 200 milhas marítimas da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e o Brasil terá que reivindicar a posse destas águas, hoje consideradas internacionais.

A qualidade do óleo do pré-sal:
O petróleo da camada pré-sal é mais leve do que o petróleo encontrado no restante do Brasil, como o petróleo da Bacia de Campos, geralmente considerado petróleo pesado. O petróleo é um tipo de hidrocarboneto fóssil, mais precisamente, uma mistura de várias substâncias em que predominam cadeias de carbono e hidrogênio, mas também aparecem diferentes porcentagens de enxofre e nitrogênio, dependendo da qualidade.
A densidade do petróleo permite classificá-lo em leve, mediano, pesado e ultra-pesado. Esta classificação é baseada nas características físico-químicas do petróleo, considerando a análise da densidade do óleo (grau API) e a viscosidade do óleo (medida em cP ou centipoises). O petróleo do pré-sal tem densidade ou grau API superior a 28° API, sendo que a maior parte do óleo encontrado possui grau API maior que 31°, sendo classificado petróleo leve. A Petrobrás também identificou que este óleo tem baixo teor de substâncias poluentes como enxofre e nitrogênio, normalmente encontrados em grande quantidade no petróleo pesado.

Conforme a clasificação da ANP:
–Petróleo Leve – densidade igual ou inferior a 0,87 (ou grau API igual ou superior a 31°).
–Petróleo Mediano – densidade superior a 0,87 e igual ou inferior a 0,92 (ou grau API igual ou superior a 22° e inferior a 31°).
–Petróleo Pesado – densidade superior a 0,92 e igual ou inferior a 1,00 (ou grau API igual ou superior a 10° e inferior a 22°).
–Petróleo Extra-pesado – densidade superior a 1,00 (ou grau API inferior a 10°).

Assim, o petróleo leve, como óleo da camada pré-sal, é estratégico para o Brasil, pois:
I - é mais fácil de ser refinado, produzindo uma porcentagem
maior de derivados finos;
II - tem menos enxofre, poluindo menos quando é refinado;
III - portanto, é comercializado por um valor maior no mercado internacional.

O valor estratégico do petróleo do Pré-sal:
Se as reservas petrolíferas forem de 100 bilhões de barris, e o petróleo estiver cotado entre US$ 50,00 ou US$ 100,00, esta riqueza mineral permitirá ao país obter uma renda gigantesca, entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, apenas extraindo óleo cru.
Se o petróleo for refinado, para a produção de outros subprodutos, este valor pode ser multiplicado em várias vezes, impactando diretamente toda a economia nacional.
O processo de refino do petróleo resulta em inúmeros subprodutos, conhecidos como “derivados de petróleo”. Muitos destes derivados são matéria-prima para as cadeias produtivas do setor químico, incluindo, desde a fabricação de produtos inflamáveis esolventes até produtos duráveis e semi-duráveis, como os “plásticos”.

Os subprodutos inflamáveis do petróleo:
Incluem combustíveis como gasolina, diesel, querozene, óleo combustível e solventes, além do GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido no Brasil como “Gás de Cozinha”, utilizado diariamente para o cozimento de alimentos por milhões de pessoas em todo o país.

Os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado não são necessariamente os combustíveis, como muitos acreditam, mas sim os outros produtos duráveis e semi-duráveis resultantes do refino de petróleo.

Dentre os produtos químicos destacam-se os fertilizantes como o nitrogênio a base de petróleo e os agrotóxicos, que em sua maioria incluem substâncias derivadas de petróleo.

Ainda no ramo químico, destacam-se, produtos farmacêuticos, detergentes e produtos de limpeza, tintas, solventes, vernizes e materiais sintéticos.
Dentre os materiais sintéticos destacam-se produtos como borracha sintética e o grupo dos polímeros, popularmente chamados de “plásticos”, dos quais se destacam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC e PET.

Materiais permitem produzir uma infinidade de produtos finais, como roupas, calçados e tecidos sintéticos, Cd´s, garrafas recipientes, coberturas translúcidas resistentes, revestimentos externos de eletrodomésticos, componentes de interiores de automóveis e aviões, e até mesmo uma grande variedade de brinquedos.

Os combustíveis derivados de petróleo e o gás natural representam pouco mais de 60% de toda a energia consumida no mundo e a exploração petrolífera representa diretamente cerca de 10% do PIB mundial.