Goiabeiras, Vitória-ES,

Cuide bem do seu hálito, para falar bem de pertinho!!

Especialistas afirmam: pelo menos 90% da população terão, ou já tiveram, halitose em algum momento da vida. O termo designa o popualr e temido mau hálito.


Ricardo Chaves / – É importante que as pessoas saibam que a halitose não é uma doença, mas sim um sinal, ou sintoma, de que alguma coisa não vai bem no organismo – esclarece Celi Vieira, periodontista, pesquisadora e especialista em halitose da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo a acadêmica, a causa mais comum do problema são as doenças periodontais, como a gengivite, provocada pela falta de higiene correta da boca e dos dentes: a má escovação, a falta de uso do fio dental e da limpeza do dorso da língua, pelo menos duas vezes ao dia, causam o mau hálito.

Outra causa de halitose, pouco conhecida mesmo pelos dentistas, são as chamadas sistêmicas – ou seja, aquelas provocadas por alterações no organismo, que podem indicar alguma doença. Elas vão desde alterações metabólicas – como diabetes e insuficiência renal – a até mesmo um primeiro sinal de problemas mentais e neurológicos, como esquizofrenia, doença de Parkinson e epilepsia.

O indício mais comum de halitose, além do odor, é a presença de saburra lingual – uma fina camada marrom esbranquiçada, encontrada no dorso da língua. Essa saburra nada mais é do que massa composta de células descamadas da boca, bactérias e restos alimentares, que aderem à superfície da língua. Sua causa é a má higiene bucal ou a falta de saliva suficiente para fazer a limpeza natural da boca.

– Tudo aquilo que favorece a estagnação de matéria orgânica na boca pode causar o mau hálito – explica a especialista.

Considerado por muitos o vilão do mau hálito, o estômago é uma das últimas causas da halitose.

– Não tem nada a ver com o estômago, mas com o ar que sai do pulmão – esclarece Celi Vieira.

De acordo com o gastroenterologista Flávio Egima, a maior parte das pessoas que procuram seu consultório por conta da halitose acha que a causa é problema no estômago:

– Isso virou uma crença errônea. O estômago não influi em nada no mau hálito.

Egima explica que, antes de culpar o órgão, as pessoas devem levar em consideração problemas respiratórios, intestinais e renais.

– Muitas vezes, a sinusite, a rinite e a amigdalite frequentes são as causadoras da halitose. Até mesmo uma prisão de ventre tem como consequência o mau hálito – diz o médico.

O estômago só se torna o vilão quando há um tumor avançado, que provoca a necrose de partes do órgão, exalando mau cheiro, que sai pela boca.

A halitose tem tratamento e cura. Porém, não existe remédio milagroso contra o problema. Os enxaguatórios bucais apenas mascaram e, em alguns casos, até podem acentuar o odor. Entre as orientações de tratamento de uma halitose real, está a dieta equilibrada e a melhor forma de consumir alimentos.

– Ensinamos ao paciente como mastigar para que ele produza mais saliva. Em casos em que é diagnosticada alguma doença sistêmica, ou alteração metabólica, o tratamento é feito juntamente com o um médico especialista – diz Celi Vieira.

Tanto para Egima quanto para Celi Vieira, o hálito é uma ferramenta de diagnóstico.

– Dizer respeitosamente à pessoa que o hálito dela está alterado é um benefício que se está fazendo a ela – afirma a especialista.

O que fazer
::: Bochechos e gargarejos com produtos odontológicos podem auxiliar, mas têm eficácia de curta duração

::: Raspadores de língua são indicados para auxiliar na higiene

::: Deve-se verificar a existência de inflamações, cáries e outros focos infecciosos na boca. A remoção de uma cárie ou canal inflamado pode ser a solução

::: Pessoas com saburra (formação esbranquiçada sobre a língua) devem reforçar a limpeza bucal

::: Examinar as amígdalas para ver se não estão inchadas, inflamadas ou retendo alimentos também é importante. Gargarejos podem limpar os resíduos. Em casos crônicos, é indicada a retirada das amígdalas

::: Alimentos como cebola, alho e pimentão, vegetais com alto teor de enxofre, como couve, repolho e brócolis, e o grande consumo de lacticínios e café aumentam a halitose

::: É importante corrigir as causas que ocasionam a respiração pela boca e outras situações que acarretam redução do fluxo salivar. Problemas obstrutivos das vias aéreas superiores favorecem o problema

Fonte: clicrbs